segunda-feira, dezembro 22, 2008

Educadção financeira desde criança

O Brasil passa atualmente por um grande momento. Um momento ímpar, onde as pessoas começam a entender, algumas a duras penas, que o controle dos gastos para realização dos sonhos é o que realmente funciona quando o assunto são as finanças da casa. Descobrimos, ainda que lentamente, que a independência financeira é viável e que gerações de endividados podem se transformar, com determinação e disciplina, em investidores. A verdade é que todos podemos transformar a preguiça em resultados, mas quanto mais cedo começar, melhor. Não é?

Nesta semana do Natal, nosso foco está voltado para uma importante constatação: Tudo Isso é possível desde que tenhamos a oportunidade de escolher. E, quando falamos em escolhas, falamos imediatamente de conhecimento, que, mesmo de forma indireta, está muito mais acessível. Existem bons livros, bons sites e blogs, boas revistas e etc.

Mas, ainda a despeito do quanto já melhoramos, ainda existe um gargalo que, no meu modo de ver, é o principal problema do país na gestão de milhares de “analfabetos” financeiros: falta o foco na educação financeira[bb] desde os primeiros contatos com a escola.


Há mundo perfeito?
Não é segredo pra ninguém que a educação no Brasil é algo quase surreal. O ensino funciona como a velha expressão prática do jeitinho brasileiro. Infelizmente, muitos professores “fingem” que ensinam e os alunos “fingem” que aprendem. Antes que eu seja bombardeado, é verdade que existem exceções e que o professor é, em geral, pouco valorizado.

Além disso, existe todo um sistema falho na educação básica, que não oferece condições mínimas nem para o aluno, nem para o professor. A verdade é que não existe mundo perfeito, mas existe a consciência que estamos longe do aceitável. Pensando nessa maneira, existem algumas boas iniciativas, infelizmente ainda isoladas, que buscam diferenciar e capacitar os alunos para a vida e para o mundo.

Oportunidades e diferenciais
Dentro dessa linha surge uma grande oportunidade de levar para a sala de aula o ensino e a prática da educação financeira, fazendo com que as crianças tenham acesso às práticas inteligentes de lidar com dinheiro, empreendedorismo, controle e planejamento desde o ensino fundamental até a formação média.

Cabe destacar que, justamente com este objetivo, encontramos um dos primeiros livros de educação financeira para crianças. Trata-se do livro “O Menino do Dinheiro”, que mistura a história real da vida de seu autor, Reinaldo Domingos (Presidente do Instituto DiSOP), com lições valiosas de educação financeira:

“O menino do dinheiro é um garotinho que, mesmo muito pequenino, sabe o que quer e aprende a real importância de guardar suas moedinhas a fim de realizar os próprios sonhos. Em seu aniversário, ele recebe de sua mãe, a Dona Previdência, seu primeiro cofrinho e, com ele, a primeira lição sobre como lidar com sua pequena mesada.

Mas, é na escola, com seu professor Reymonei, que o menino conhece a metodologia DiSOP que o faz transformar a vida financeira de sua família, principalmente a de seu pai, o Senhor Desprevenido, que finalmente aprende a diagnosticar seus gastos, enxergar seus sonhos, lutar por eles, a orçar e a poupar seus ganhos.”
É legal lembrar que o autor está doando parte dos direitos autorais para a Fundação Rotary Internacional (para combater a paralisia infantil no mundo) e outra para o Graacc (Grupo de Apoio ao Adolescente e à Criança com Câncer). O Dinheirama mais uma vez cumpre importante papel, divulgando iniciativas que realmente podem mudar a vida de muitos brasileiros. Parabéns Reinaldo e Editora Gente.

Compre o livro neste fim de ano e o dê de presente para seus amigos e entes queridos. Assim, você estará levando a educação financeira de forma divertida para quem você gosta e ao mesmo tempo contribuindo com duas instituições que realizam grandes e reconhecidos trabalhos sociais. E se você é autor de obras neste sentido e/ou conhece outras iniciativas como esta, deixe seu comentário e envie o material para nós. Faremos questão de divulgá-los.

Educação financeira também na escola
Fiquei sabendo que as escolas que tiverem interesse em colocar na grade curricular a educação financeira, terão oportunidade de levar o projeto piloto que o Instituto DiSOP está desenvolvendo, através das adaptações pedagógicas dos livros “O Menino do Dinheiro” (para uso nos ensinos fundamentais I e II) e “Terapia Financeira” (para o ensino médio). Este site traz mais detalhes.

Todos podemos fazer a diferença, viram? E você, o que anda fazendo pela educação financeira de seus filhos, netos, familiares e amigos?

sexta-feira, dezembro 12, 2008

As opiniões dos corretores nem sempre dão certo

Quem seguiu as sugestões de ações das corretoras neste ano perdeu dinheiro: de seis corretoras pesquisadas, apenas duas alcançaram um desempenho de carteira recomendada melhor do que a oscilação do Ibovespa, principal índice de ações brasileiro. Até o fechamento de novembro de 2008, o Ibovespa registrou queda de pouco mais de 42%, e, nesse período, nenhuma carteira conseguiu ficar no azul, de acordo com os últimos relatórios divulgados pelas corretoras. Entre aquelas que pelo menos caíram menos em comparação com a Bolsa paulista aparecem as sugestões da Planner e da SLW. No outro grupo - com baixas maiores do que o Ibovespa - estão Ágora, Ativa, Coinvalores e Spinelli.

Mensalmente, algumas corretoras costumam divulgar relatórios com sugestões de papéis em que apostam na valorização. Em geral, a recomendação vem acompanhada de uma explicação do por que a corretora indica a ação ou o setor. Essas carteiras servem de guias para muitos investidores que confiam na análise dos profissionais especializados. A crise, no entanto, que derrubou as Bolsas no mundo todo, não ajudou na previsão das melhores apostas.

“Num momento de queda generalizada do mercado, é muito difícil ficar positivo por conta das poucas opções de investimento”, diz o analista e gerente da área de pesquisas da Planner Ricardo Martins.

Algumas corretoras conseguiram acertar mais na indicação, mas mesmo assim ficaram no vermelho. Foi o caso da SLW, cuja aposta nas siderúrgicas ajudou. “No primeiro semestre, as ações das siderúrgicas ajudaram bastante no desempenho da carteira”, comenta a economista-chefe da SLW Kelly Cristina Neander Trentin. Até maio, algumas siderúrgicas tiveram desempenho melhor do que o Ibovespa no mês, segundo Trentin. No período, a corretora chegou a sugerir até duas ações do setor em cada carteira.

“Os papéis subiram mais que o índice ou caíram menos que o indicador”, lembra a economista. Em março, por exemplo, a Bovespa recuou 3,97%, enquanto Gerdau PN caiu apenas 2% e Usiminas PNA avançou 1,35%. Ambas as ações estavam na carteira da SLW.

Liquidez

Diante da crise, a rentabilidade não foi a prioridade para algumas corretoras. “No primeiro semestre, priorizamos a liquidez. Por isso, apostamos em Vale, Petrobras e siderúrgicas”, diz Martins, da Planner. A petroquímica contribuiu positivamente para o desempenho da carteira, avançando 8,8%, mas a mineradora Vale se desvalorizou 5%.

Apesar do bom desempenho das principais siderúrgicas no primeiro semestre (CSN avançou 39%, Gerdau subiu 49% e Usiminas se valorizou 46%), a partir das Olimpíadas da China o cenário mudou para o setor. “Durante as competições, o ritmo da China desacelerou e depois ficou evidente que haveria mais quedas na produção”, lembra Martins.

Com disso, perdeu menos quem percebeu a mudança de perspectiva. Algumas corretoras optaram por reduzir a participação dos setores mais atingidos pela crise, como é o caso do segmento ligado a matérias-primas (commodities).

Em junho, por exemplo, Petrobras, Vale e siderúrgicas representavam 45% da carteira sugerida da Planner. Na recomendação de dezembro, a participação da Petrobras já havia diminuído de 15% para 6%; Vale, antes com 15%, representou 5%; e as siderúrgicas nem figuravam mais entre as sugestões. No lugar destas ações, como ocorre comumente em momentos de crise, apareceram setores considerados mais seguros, como energia elétrica e telecomunicações.

Ajustes


Quem demorou a fazer os ajustes na composição ou ainda mantém altos os porcentuais de setores ligados a commodities na carteira aparece na lanterninha dos desempenhos. Ativa, Ágora e Coinvalores, por exemplo, reduziram um pouco a participação, de três, quatro pontos porcentuais.

Na Ativa, por exemplo, Petrobras e Vale ainda somam mais de 20% da carteira. A Ágora diminuiu a participação da petrolífera de 18,83% em novembro para 16,6% em dezembro, mas ainda recomenda Vale e Gerdau. Na Coinvalores, o porcentual caiu de 18% para 14% no caso da Petrobras e de 16% para 12% no caso da Vale. Há ainda uma siderúrgica (Usiminas), com 5% da participação do portfólio. Na Spinelli, que faz sugestões de ações desde março, não é atribuído nenhum peso aos papéis. No ano, desde a criação a carteira da corretora caiu 42,7%, contra uma queda de 42,36% do Ibovespa no período.

“Essas ações foram muito penalizadas e tendem a se recuperar mais rápido em uma eventual alta do mercado”, justifica o analista Jayme Alves, da Spinelli. Segundo ele, como esses papéis têm um peso muito grande no Ibovespa, não colocá-los no portfólio pode fazer com que a carteira tenha um comportamento muito descolado do mercado. “Começamos a indicar ações do setor elétrico e telecomunicações, mas mantivemos Petrobras, Vale e alguma siderúrgica na carteira”, diz.

terça-feira, dezembro 09, 2008

Coin valores divulga carteira semanal com recomendações

A corretora Coinvalores divulgou nesta segunda-feira (8) sua carteira recomendada semanal, trazendo cinco ações que, segundo seus analistas, oferecem atrativo potencial de valorização. A listagem é válida para o período de 8 a 12 de dezembro.

Em relação ao portfólio anterior, a corretora alterou todos os papéis recomendados, retirando da lista as ações de Perdigão (PRGA3), São Carlos (SCAR3), Cteep (TRPL4), Bradesco (BBDC4) e Lupatech (LUPA3).

Confira as recomendações

Empresa Código Preço-alvo Upside* Recomendação
CCR CCRO3 R$ 39,00 66% Elevar participação
Duratex DURA4 - - Reduzir participação
Souza Cruz CRUZ3 R$ 61,00 23% Elevar participação
Itaú ITAU4 - - Elevar participação
Copasa CSMG3 R$ 30,00 70% Elevar participação
*Com base em 5 de dezembro.

Por que essas recomendações?

* CCR

Conforme destacado, os elevados índices de rentabilidade, aliados à disciplina de capital, fundamentam o viés positivo com qual a instituição financeira enxerga a CCR. Além disso, os analistas crêem que a companhia manterá seu ritmo de crescimento em 2009.

* Duratex

A Coinvalores vê forte retração para o segmento de materiais de construção durante o próximo ano, o que prejudica a performance da companhia. A diminuição dos investimentos e dos guidances das construtoras deverá afetar os próximos resultados operacionais.

* Souza Cruz

A companhia continuará apresentando forte geração de caixa e confortável situação financeira, dadas as exportações crescentes do fumo, artigo no qual a Souza Cruz lidera a lista de vendedoras na balança comercial brasileira. "Destacamos que a empresa é uma ótima opção para estes momentos de alta volatilidade do mercado", concluem os analistas.

* Itaú

De acordo com a Coin, o banco receberá benefícios do recente acordo realizado com a Marisa, no qual vinga a exclusividade no fornecimento de produtos e serviços financeiros do Itaú aos clientes da varejista durante os próximos dez anos.

* Copasa

Conforme destacado, a companhia deverá assinar um contrato para a prestação de serviços sanitários em Patos de Minas, no estado de Minas Gerais, o que corroborará para seu horizonte de rendimentos. "A Copasa apresenta baixo nível de endividamento e boa parte dos investimentos programados para o biênio entre 2009 e 2010 já está contratada a custos baixos".

Boas decisões financeiras só podem ser tomadas se o investidor cumprir um pré-requisito: saber planejar

O poupador ativo tem à disposição, atualmente, um leque crescente de alternativas de investimento: fundos de renda fixa e de renda variável, ações com diferentes perfis, CDBs, Tesouro Direto, imóveis. A busca furiosa pela melhor rentabilidade, porém, pode dar pouco resultado, se não for precedida por um sólido planejamento financeiro.

“É de um bom planejamento, com definição clara de objetivos, prazos e recursos disponíveis, que sai a estratégia financeira a ser seguida”, explica o consultor de finanças e empreendedorismo José Carlos Dornelas.

Especialistas em finanças detectam enganos muito comuns nessa etapa anterior à definição da estratégia financeira. Um deles é a ausência de metas claras, realistas e relevantes (ou seja, que façam diferença na vida do poupador). “Muitos investidores pensam em termos de números mágicos, como o famoso R$ 1 milhão, em vez de definir objetivos concretos”, alerta o consultor financeiro Caio Torralvo. Outra falha bastante comum é a avaliação inadequada do próprio perfil de investidor.

O servidor público Luís Fernando Costa, por exemplo, gostaria de aplicar mais em ações. Ao mesmo tempo, teme fazer investimentos mais ousados, por estar vivendo em Dourados (MS), onde, acredita, tem menor acesso a informação do que em sua cidade natal, o Rio de Janeiro.

Torralvo elogia a prudência de Costa, mas lista diversos fatores que deveriam incentivar o investidor a assumir mais risco neste momento: Costa não tem dependentes, possui renda regular e está vivendo numa cidade com custo de vida menor que o do Rio (para onde pretende voltar um dia). O mercado está em baixa e acesso a informação não é problema, graças à internet. “Quem não tem filhos precisa aproveitar esse momento da vida, que passa, para investir mais”, diz Torralvo.

O momento atual, em que ações parecem baratas, dificulta a tarefa dos poupadores (principalmente aqueles mais tolerantes com a renda variável) de definir o nível de risco razoável para seu perfil. O médico Marcos Ishi tem essa dúvida. “Com a queda da Bolsa, talvez seja este o momento para arriscar mais”, avalia. A lógica do investidor é impecável, mas, novamente, um especialista recomenda ponderação. Ishi tem dois filhos pequenos e não possui renda regular, já que ele e sua mulher são profissionais autônomos.

“Os filhos terão demanda de consumo crescente”, adverte o professor de finanças George Ohanian, da Business School São Paulo. “O investidor precisa garantir uma reserva de segurança em renda fixa, com alta liquidez, equivalente a pelo menos seis meses de despesa da família.” Além disso, precisa proteger o patrimônio que já conquistou. A economista Rita Mundim, entusiasta de ações, recomenda que pessoas com filhos e mais de 30 anos de idade preservem 70% de seu capital na renda fixa e confiem na renda variável apenas para gastos de longo prazo.

segunda-feira, novembro 17, 2008

Nota da curiosidade

Abaixo dá para saber porque os banqueiros brasileiros são cautelosos. Muitos querem manter a posição que têm frente ao ranking que podem ler abaixo. Sou um eterno defensor de que todos devem controlar seus dividendos porque os bancos ganham e muito e em tudo.

Cinco bancos brasileiros estão entre 20 mais lucrativos do continente americano
Folha Online

Os cinco maiores bancos brasileiros estão as 20 instituições financeiras mais lucrativas do continente americano, revela levantamento da consultoria Economática. Bradesco, Banco do Brasil, Itaú ocupam, respectivamente, a terceira, a quarta e a quinta posição nesse ranking, que considera os resultados apurados até o terceiro trimestre deste ano. A amostra considera os bancos dos EUA e da América Latina, sem incluir as instituições financeiras canadenses.

O Unibanco e a filial brasileira do grupo espanhol Santander são o décimo e décimo-sexto bancos mais lucrativos da região, ainda segundo a Economática.

As primeiras posições desse ranking são dos bancos norte-americanos Wells Fargo e Bank of America. Apesar da crise financeira global, que teve seu epicentro nos EUA, as instituições financeiras norte-americanas ainda dominam o ranking dos 20 bancos mais lucrativos do continente, com 11 representantes. Depois dos EUA, o Brasil, com cinco bancos, o México e o Chile, cada um com dois bancos, são os países mais representados na lista.

Veja a lista dos 20 bancos mais lucrativos do continente americano (em US$ milhões)

* Wells Fargo - 1.637
* Bank of America - 1.177
* Bradesco - 997,9
* Itaú - 965,2
* Goldman Sachs - 845
* US Bancorp - 576
* JP Morgan - 527
* State Street - 477
* Unibanco - 367,5
* BB&T - 358
* Santander Serfin - 324,1
* SunTrust Banks - 312,4
* Charles Schwab - 304
* Bank of NY Mellon - 303
* Santander Brasil - 259,5
* PNC Bank - 248
* GFBanorte - 209,1
* Bsantander - 174,7
* Chile - 168,6

Curso de Iniciação ao Mercado de Ações

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APRESENTAÇÃO:
O curso voltado a orientação e desmistificação do mercado acionário, contém exemplos e exercícios práticos, e tem por objetivo conferir ao participante os conhecimentos e controles necessários para que este dê seus primeiros passos rumo a formação de patrimônio baseado no mercado de ações.
Professor Mauro Calil, Membro Orientador INI – Instituto Nacional de Investidores.

PROGRAMA:
1. O Sistema Financeiro Nacional.
2. O que é uma ação e porquê as empresas abrem capital.
3.Estrutura do mercado.
4.Porquê investir em ações.
5.Eventos societários.
6.Mecânica de Cálculo do IBOVESPA.
7.Como comprar e vender.
8.Codificação dos papéis.
9.Home Broker.
10.Segurança e Custo das Operações.
11.Tributação no mercado À Vista.
12.Objetivos e Metodologias de Investimento.
13.Informação – Onde encontrar gratuitamente.
14.Ferramentas Bloomberg.

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A crise ainda não chegou no Brasil

A crise financeira que começou há mais de um ano nos Estados Unidos como uma crise no pagamento de hipotecas se alastrou pela economia e contaminou o sistema mundial. No Brasil, a crise não quebrou nenhum banco ou afetou alguma instituição diretamente, mas atinge vários setores por causa da forte contração de crédito.

Com menos confiança entre bancos, falta liquidez (dinheiro) para empréstimos, financiamentos de consumidores e empresas. Assim, os juros sobem, o consumo diminui e, lá na ponta, as indústrias podem ser afetadas com queda nas vendas ou corte de vagas.

As quebras e os problemas enfrentados por bancos até então considerados importantes e sólidos geraram o que se chama de "crise de confiança". Num mundo de incertezas, o dinheiro pára de circular --quem possui recursos sobrando não empresta, quem precisa de dinheiro para cobrir falta de caixa não encontra quem forneça. Isso fez cair e encarecer o crédito disponível. E numa economia globalizada, a falta de dinheiro em outro continente afeta empresas no mundo todo.
Com a circulação de dinheiro congelada e o consumo comprometido, o resultado esperado é a contração das economias, uma vez que empresas, pessoas físicas e governos passam a encontrar dificuldade em financiarem seus projetos. Justamente para injetar liquidez (dinheiro nos mercados) os Bancos Centrais fazem leilões de moeda e criam linhas especiais de bilhões de dólares.

No Brasil, é exatamente esse o principal efeito da crise: a dificuldade em se obter dinheiro. Grandes empresas que dependem de financiamento externo passam a encontrar menos linhas de créditos disponíveis, afinal, os bancos têm medo de emprestar em um contexto de crise. Por conseqüência, com a dificuldade em captar no exterior, ficam comprometidos projetos de construção dessas empresas, que por sua vez gerariam empregos e renda ao país.

Até mesmo os bancos começam a sofrer com a dificuldade de captar recursos no exterior, o que deve fazer os empréstimos ficarem mais caros e mais difíceis também para as pessoas físicas. Por conta disso, as instituições de médio e pequeno porte já tiveram ajuda do governo brasileiro.

Para reduzir os efeitos da crise internacional, o BC (Banco Central) anunciou mudanças nos depósitos compulsórios das instituições financeiras, um dos instrumentos usados para controlar a quantidade de dinheiro que circula na economia.

terça-feira, novembro 11, 2008

Semana de tensão para os mercados

A semana começou marcada por uma disputa entre as referências positivas que vinham do final de semana e perspectivas negativas que atingiram Wall Street no decorrer do dia. Depois de abrir com forte valorização, a bolsa foi reduzindo o passo gradativamente ao longo da sessão, terminando a segunda-feira (10) muito próxima à estabilidade.

Certa euforia verificada nas primeiras horas de negócios responde ao pacote de estímulo à economia chinesa. Grande demandante de materiais básicos provenientes de outros mercados, o país asiático irá investir US$ 586 bilhões em diversos setores da economia local até 2010. Os contratos futuros de commodities rebateram com valorização, assim como as ações da Vale, Petrobras e das siderúrgicas, que garantiram a leve alta do Índice Bovespa.

Outro fator que impulsionou os negócios no começo do dia foi a reestruturação do plano de resgate da seguradora AIG. O governo dos EUA planeja comprar US$ 40 bilhões em ações preferenciais e adquirir US$ 52,5 bilhões em títulos hipotecários, ampliação considerada "necessária" pelo secretário Neel Kashkari.

Quando todas as referências pareciam garantir um início de semana de disparada dos mercados, a chegada da tarde trouxe consigo a preocupação dos investidores quanto ao resultado trimestral do Goldman Sachs, que segundo projeções pode atingir seu primeiro prejuízo trimestral. Paralelamente, a própria instituição contribuiu com o enfraquecimento de Wall Street: Jan Hatzis, economista-chefe do Goldman Sachs, afirmou que as perdas em todo mundo com a crise de crédito atingirão US$ 1,4 trilhão.

O Google também pressionou os índices, com apostas de recuo em suas receitas, enquanto a GM voltou a despencar, desta vez por projeção de preço-alvo de US$ 0 pelo Deutsche Bank.

Dólar
Após registrar desvalorização nas primeiras horas do dia, o dólar comercial inverteu o sinal com a piora do mercado norte-americano no decorrer da tarde e terminou a sessão com alta de 1,57%, cotado a R$ 2,1940.

O movimento resistiu às novas intervenções do Banco Central, que ao longo do dia realizou novo leilão de contratos de swap cambial tradicional. Dos 14 mil contratos ofertados apenas 4,290 mil foram absorvidos, movimentando um total de US$ 212,9 milhões.

Bolsa
Após marcar valorização superior a 5% no intraday, o Ibovespa reduziu seu ritmo de ganhos e encerrou a segunda-feira com modesta valorização de 0,30%, ajudado pelas blue chips Vale e Petrobras. A variação deixou o índice no patamar de 36.776 pontos, com giro financeiro de R$ 3,5 bilhões.

Internamente, a temporada de resultados corporativos seguiu em destaque. Enquanto a TAM registrou prejuízos de R$ 112,7 milhões, a Rossi Residencial elevou seu lucro trimestral em 72%, para R$ 42 milhões.

Entre as variações mais expressivas do Ibovespa, destaque para a forte alta da Nossa Caixa, com a continuidade dos rumores de venda para o Banco do Brasil. Na outra ponta, as ações da Cyrela deram seqüência ao ritmo de perdas da semana passada e liderara as baixas.

Renda Fixa
No mercado de renda fixa, os juros futuros encerraram sem tendência definida na BM&F Bovespa. O contrato com vencimento em janeiro de 2010, que apresenta maior liquidez, encerrou apontando taxa de 15,22%, alta de 0,01 ponto percentual frente à apresentada na sessão anterior.

No mercado de títulos da dívida externa brasileira, o Global 40, bônus mais líquido, operava cotado a 117,60% de seu valor de face, o que representa uma alta de 0,94%.

O risco-país, calculado pelo conglomerado norte-americano JP Morgan, era cotado a 437 pontos-base, baixa de 4 pontos em relação ao fechamento anterior.
INDICADORES
Indicador Valor Var.Dia
Ibovespa 36.776 0,30%
Futuro Ibov Dez/08 37.200 -0,40%
Dow Jones 8.833 -0,18%
Nasdaq 1.616 -0,95%
Dólar Comercial 2,1940 1,57%
Dólar Paralelo 2,3000 0,88%
Risco País 437 -4pb
Global 40 117,60 0,94%
Yield Treasury 10a 3,76% -0,02pp
Juros DI Futuro
Janeiro de 2010 15,22% 0,01pp
MAIORES ALTAS IBOVESPA
Ativo Valor (R$) Var.Dia
BNCA3 53,12 9,30%
SBSP3 25,23 4,81%
GOAU4 19,60 4,81%
VALE3 27,90 4,69%
ITSA4 8,37 4,62%
MAIORES BAIXAS IBOVESPA
Ativo Valor (R$) Var.Dia
CYRE3 7,90 -14,13%
TCSL3 4,70 -9,78%
GFSA3 10,91 -9,46%
DURA4 15,95 -9,42%
RSID3 3,39 -9,11%
MAIORES VOLUMES BOVESPA
Ativo Volume (R$) Var.Dia
PETR4 674,28M 2,96%
VALE5 554,76M 3,90%
VALE3 141,04M 4,69%
BBDC4 126,00M 1,14%
ITAU4 102,08M 3,17%
Proventos por DATA DE APROVAÇÃO
Ativo Tipo Valor 10/11/2008
LIGT3 DIV 1,7200000 07/11/2008
TBLE3 JCP 0,2696317 07/11/2008
BEMA3 JCP 0,1000000 05/11/2008
GGBR3 DIV 0,1800000 05/11/2008
GGBR4 DIV 0,1800000 05/11/2008
Proventos por DATA "ÚLTIMO DIA COM"
Ativo Tipo Valor 10/11/2008
GGBR3 DIV 0,1800000 14/11/2008
GGBR4 DIV 0,1800000 14/11/2008
GOAU3 DIV 0,2600000 14/11/2008
GOAU4 DIV 0,2600000 14/11/2008
TBLE3 JCP 0,2696317 18/11/2008
Proventos por DATA DE PAGAMENTO
Ativo Tipo Valor 10/11/2008
BPIA3 DIV 0,1179920 11/11/2008
BAZA3 JCP 0,0031041 12/11/2008
ETER3 JCP 0,0520000 12/11/2008
ETER3 DIV 0,1610000 12/11/2008
TARP11 DIV 0,1799111 12/11/2008
JCP: Juros sobre Capital Próprio
DIV: Dividendo e OUT: Outros

Carteira Sugerida Coinvalores

segunda-feira, novembro 10, 2008

Coin valores divulga carteira semanal com recomendações

A corretora Coinvalores divulgou sua carteira semanal com cinco recomendações de ações de empresas que, segundo analistas, oferecem bom potencial de valorização para o período.

Carteira recomendada

Empresa Código Preço-alvo Upside* Recomendação
Cyrela CYRE3 R$ 31,00 237% Aumentar participação
Itaú ITAU4 R$ 56,00 122% Aumentar participação
ALL ALLL11 R$ 20,00 107% Aumentar participação
Souza Cruz CRUZ3 R$ 61,00 44% Aumentar participação
Copasa CSMG3 R$ 20,00 33% Aumentar participação
*Potencial de valorização com base nas cotações de fechamento do dia 7 de novembro.

Por que dessas sugestões?



* Cyrela

Apesar dos dados operacionais no acumulado deste ano terem ficado abaixo da capacidade, a companhia ainda apresenta grande solidez, além de seus ativos estarem extremamente descontados, afirmam os analistas.

* Itaú

Considerando positiva a fusão entre Itaú e Unibanco, a corretora destaca também os resultados no terceiro trimestre, que ficaram em linha com as expectativas, registrando um lucro líquido de R$ 1,973 bilhão no período.

* ALL

Os papéis da companhia têm sido duramente penalizados desde o inicio do ano, desvalorização essa não justificada pelos seus fundamentos ou pelo desempenho durante os trimestres.

* Souza Cruz

O lucro líquido da Souza Cruz avançou 10,6% no acumulado do ano, influenciado principalmente pelas vendas das marcas "Premium", melhores preços e maior volume exportado. Ademais, a companhia possui uma situação financeira confortável e atua em um mercado maduro e previsível.

* Copasa

As ações da empresa são classificadas como uma boa opção em momentos de alta volatilidade. Além de contar com operações de primeira necessidade, a Copasa apresenta baixos níveis de alavancagem, concentrada no longo prazo e em moeda nacional.

sexta-feira, outubro 10, 2008

Mulheres poupam mais e os homens são mais arrojados

A participação das mulheres no mundo dos investimentos tem crescido a cada ano, porém elas ainda continuam conservadoras, se comparadas com os homens.

De acordo com dados da Trade Network, empresa organizadora do Expo Money (evento destinado a investidores), as mulheres investem mais na poupança, enquanto os homens preferem as ações. Mais de nove mil pessoas foram contatadas para a realização do levantamento, o total de inscritos no evento na edição de São Paulo.

Dentre as mulheres inscritas, 61,1% disseram investir na poupança, enquanto a proporção entre os homens foi de 42,1%. No caso das ações , 54,86% dos investidores do sexo masculino afirmaram participar deste mercado, ante 25,3% do público feminino.

Investimentos

O clube de investimento tem baixa adesão entre ambos os públicos, com apenas 9,05% dos homens e 5,9% das mulheres. Fundo multimercado também foi um tipo de investimento pouco citado no levantamento, por apenas 10,39% dos homens e 5,1% das mulheres. A tabela abaixo revela os investimentos feitos por homens e mulheres:

Investimento Homens Mulheres

Imóveis 14,8% 9,7%
Poupança 42,1% 61,1%
Fundo de Renda fixa e CDB 39,3% 37,9%
Fundos de ações 39,2% 29,4%
Ações diretamente 54,8% 25,3%
Fundos Multimercados 10,3% 5,1%
Clube de Investimento 9,0% 5,9%

Fonte: Trade Network

Ainda sobre os investimentos, de acordo com o levantamento, 54,72% dos entrevistados preferem investir seu dinheiro via corretoras de valores, em vez de usar o próprio banco. Segundo a Trade Network, esse perfil é típico de São Pasulo, já que, na média nacional, a maioria investe em produtos do próprio banco.

Perfil

Dentre as mulheres, os dados revelaram que 41,42% delas se consideram conservadoras quando investem. As moderadas são 30,72%, as atuantes são 20,44% e as arrojadas, apenas 7,42%.

Já entre os homens os dados mostraram que 34,60% se consideram atuantes; 26,37%, moderados; outros 21,41%, conservadores e; por último, 17,61% se denominam arrojados.

A pesquisa indica que cada vez mais as pessoas estão se considerando atuantes. "Isto é bastante positivo, pois indica que os brasileiros estão se informando mais, avaliando as opções e diversificando os investimentos", avalia o presidente da Trade Network, Robert Dannenberg.
A semana começou ruim e deve terminar pior. Os mercados não assimilaram o pacote dos EUA e a baixas vão continuar até que haja uma solução séria e eficaz. A influência da ação coordenada de vários bancos centrais mundiais na quarta-feira, com cortes de juros, se dissipou e voltou a dar lugar ao caos. No mundo todo, os mercados sofrem fortes perdas com o alastramento da crise. Nem mesmo discurso do presidente Bush - que disse que está agindo "e continuará a agir" para restaurar a estabilidade - conseguiu acalmar a maior parte das bolsas.

Especialistas respondem a algumas das questões que, no meio da crise, certamente estão na cabeça do investidor brasileiro.


Qual a recomendação para quem tem ações, seja diretamente ou por um fundo?


A maioria dos especialistas recomenda calma. Muitos recorrem ao clichê de que é preciso ter sangue-frio. Mas atenção: isso vale apenas para o investidor que visa ao longo prazo. "Quem entrou pensando no curto ou no médio prazo, errou", diz o coordenador do Centro de Estudos em Finanças da Fundação Getúlio Vargas (FGV), William Eid Júnior. Como o mercado acionário está muito volátil e não deve voltar aos altos níveis nos próximos meses, esse aplicador vai perder dinheiro. "As pessoas de classe média que tentam especular (com ações) sempre entram pelo cano", afirma Eid Júnior.

Quem tem fundo de previdência privada atrelado a ações deve fazer algo?

Para essas pessoas, a recomendação é unânime: nada. "Esses devem ficar quietinhos, pois transferir o dinheiro agora para outro tipo de fundo implicará assumir um prejuízo que não é mais recuperável", diz o administrador de investimentos Fábio Colombo. Além do mais, fundo de previdência, como o próprio nome diz, é algo para muitos anos.

É um bom momento para investir em ações?

Para Colombo, sim, desde que o investidor eleve sua exposição gradativamente. Como o cenário ainda é muito nebuloso, ele acredita que o mercado acionário pode ter novas quedas no curto e médio prazos. Eid Júnior está mais animado: "Já estou tentado a comprar".

Qual a tendência para a bolsa e para o dólar?

Segundo os especialistas, a resposta honesta a essa questão é "ninguém sabe". "É a pergunta de US$ 1 trilhão", brinca Eid Júnior. No curto e no médio prazos, a única certeza é que haverá muita volatilidade. Exatamente como nos dois primeiros dias desta semana. Segunda-feira, as bolsas despencaram e ontem subiram. O comportamento do dólar foi parecido. Fechou em R$ 1,967 segunda-feira e em R$ 1,902 ontem. No longo prazo, os especialistas acreditam que as perspectivas para a bolsa são positivas em decorrência do crescimento do Brasil e de outros emergentes. O dólar, diz Colombo, dificilmente voltará aos níveis do fim de julho (abaixo de R$ 1,60), mas tampouco deve ficar nos R$ 2,00.

Dólar e ouro são boas opções?

Aqui os especialistas divergem. "O mercado de câmbio é especulativo e tudo o que é especulativo é veneno para a classe média", define Eid Júnior. Colombo discorda. "Moeda, seja dólar ou euro, é um seguro para quando as coisas não vão bem, como agora." Para ele, o investidor que tiver condições pode aplicar até 20% do portfólio nesse ativo. Com relação ao ouro, a divergência persiste. "Também é um seguro (anticrise)", diz Colombo. "Se o mundo acabar, o que a pessoa vai fazer, comer o ouro?", indaga Eid Júnior.


Qual investimento é seguro neste momento?


Fundos de renda fixa, DI, caderneta de poupança e CDBs de bancos de grande parte são as opções citadas pelos especialistas.

quarta-feira, outubro 08, 2008

Debate sobre o que fazer em tempos de crise atormenta investidor

Na ponta da língua do investidor: "é o fim do mundo?". Na ponta da língua do analista: "não faça movimentos bruscos em momentos de euforia". Em outros tempos, esse seria o clima durante uma queda consistente da Bolsa. Agora a rotina de baixas contínuas, muitas com variações cinematográficas, mexeu no teor do debate.

A sintonia entre investidor e analista parece sentir o desgaste do pânico nos mercados. Frente à mudança de cenário, o otimismo com os fundamentos econômicos, citados à exaustão no passado recente, cedeu lugar à cautela. Em contrapartida, para muitos aplicadores, a palavra de ordem é "compra", mirando as fortes quedas recentes como uma oportunidade.

Como de praxe, o mês de outubro começou recheado de carteiras de recomendações assinadas por equipes que alertavam para a turbulência corrente. Com destaque para setor elétrico e boas pagadoras de dividendos. Na outra ponta, enquete junto aos investidores denotou uma visão de que comprar pode ser a melhor alternativa.

Conflito

Para os autores dos relatórios, como o da Ativa, a principal dificuldade é traçar algum panorama de curto prazo. As carteiras de Banif e Socopa, por exemplo, privilegiam uma postura defensiva, incluindo papéis de empresas com sólidos fundamentos e elevada geração de caixa para enfrentar a volatilidade nos mercados.

Para a maioria dos investidores, a nuvem de incertezas não abala uma estratégia básica do mercado acionário: "comprar na baixa". Pelo menos esse foi o resultado de enquete realizada no final de setembro. Diante da pergunta: "Qual sua perspectiva em relação à crise financeira mundial?", 1.931 das 4.332 escolhas (44,58%) apontaram a opção "esta é a melhor chance para comprar dos últimos anos".

De acordo com a Merrill Lynch, o terceiro trimestre foi o pior da renda variável dos mercados emergentes em todos os tempos. Mas isso não significa que é o momento de "fechar os olhos e comprar". "Os investidores precisam ver uma mudança nos indicadores globais, flexibilização do crédito e da política monetária destes países antes de comprar. Tudo mais possível em 2009", interpreta o banco.

Histórico

Importante notar que os desdobramentos da crise - com sinais de aprofundamento na Europa e temores mais incisivos relacionados ao Brasil - ainda não permitiram uma revisão de estimativas para as ações brasileiras. Deste modo, é comum encontrar preços-alvo equivalentes a um potencial de valorização de três dígitos.

Neste ano, o descolamento de viés entre investidor e analista teve outro episódio em julho. Enquete revelou que mais de 36% dos usuários utilizavam estratégia compradora no mercado, ignorando a turbulência, à época mais tímida. Enfim, entre enquetes e carteiras, recomenda-se que, na prática, a prudência e o bom senso prevaleçam ao alocar seus recursos.

segunda-feira, outubro 06, 2008

Segunda-feira obscura para o mercado financeiro

A bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) fechou pela segunda vez nesta segunda-feira, com menos de duas horas de operação. O segundo circuit breaker foi acionado às 11h43, quando a Bolsa atingiu uma queda de 15%, aos 37.814pontos. A primeira parada ocorreu às 10h18, quando a Bovespa chegou aos 40 mil pontos, acumulando uma queda de 10% no dia. A Bolsa retomará os negócios às 12h44. É a terceira vez na história que o circuit breaker é acionado duas vezes no mesmo dia.

O circuit breaker é um mecanismo utilizado pela Bovespa que permite, na ocorrência de movimentos bruscos de mercado, o amortecimento e o rebalanceamento das ordens de compra e de venda. Esse instrumento constitui-se em uma "proteção" à volatilidade excessiva em momentos atípicos de mercado, segundo informa a Bolsa.

Quando o sistema foi acionado, as maiores quedas do Ibovespa - índice que mede o desempenho das ações mais negociadas na Bolsa - eram as preferenciais (PN, sem direito a voto) da Rossi Residencial (26,24%); as ordinárias (ON, com direito a voto) da Companhia Siderúrgica Nacional (26,35%); e as preferenciais do Bradesco (21,21%).

A forte queda das commodities no mercado internacional provocou estragos na Bolsa. No segundo circuit breaker, as ações da Vale ON despencavam 20,13%. Os papéis da Petrobras ON desabaram 19,42% e Gerdau PN perdia 19,02%.

Incertezas se agravam

Na semana passada, a Bovespa encerrou a semana com perdas de 12,34%, a maior queda semanal desde julho de 2002, quando recuou 12,9% em meio à tensão pré-eleitoral que resultou no primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Na última sexta-feira, o Ibovespa caiu 3,53%, aos 44.517,32 pontos.

Naquele dia, já se previa que o pacote de socorro às instituições norte-americanas - aprovado na na sexta-feira pelo Congresso - não seria suficiente para conter a crise de confiança nos bancos e nos mercados de crédito que se espalha pelo mundo, atingindo com mais força hoje a Europa. As preocupações na região aprofundaram-se depois que os ministros de finanças da zona do euro não conseguiram chegar a um consenso no final de semana sobre como reagir aos problemas do setor.

Às 12h05, em Nova York, o índice Dow Jones cai 4,23%. A Nasdaq recua 5,03%.

quinta-feira, outubro 02, 2008

As respostas dos analistas para a tal crise

Seis perguntas sobre o que fazer com seu dinheiro e evitar o pânico

Sophia Camargo
Em pouco mais de um mês, quase 3 mil internautas nos enviaram suas dúvidas sobre os mais diversos assuntos que mexem com o bolso: problemas com dívida, família, defesa do consumidor, planos de saúde e... investimentos.

O que fazer com o dinheiro neste momento de forte instabilidade no cenário financeiro é a causa da angústia da maioria dos leitores que nos procuraram. Comprar mais ações ou se refugiar na renda fixa? Comprar dólares ou investir na poupança? Não mexer em nada ou mudar todas as aplicações?

Para responder a algumas destas dúvidas mais freqüentes, conversei com o professor de Finanças da FGV-SP William Eid, com o também professor do Ibmec-SP Ricardo Humberto Rocha e com o administrador de investimentos Fábio Colombo. Elegi algumas das perguntas mais representativas do período, transcritas com pouquíssimas modificações. Espero que as respostas possam aliviar a muitos dos nossos aflitos internautas.


1) "Sou marinheira de primeira viagem e logo de saída pego um maremoto. Investi R$ 5.000,00 em uma Bolsa animada com a alta que acontecia nos primeiros meses do ano, mas já perdi um terço do dinheiro. O que faço? Tiro tudo e assumo o prejuízo ou espero as coisas se acalmarem e a Bolsa voltar a subir? Tem chance de a médio ou longo prazo recuperar e ainda ganhar um pouco sobre o que investi?
Internauta Teresa F. Sales

"É bom manter os investimentos em ações ou é melhor mudar?"
Internauta: João Ribeiro

"Possuo aplicações em fundos de ações, Petrobras e Vale, o que vocês me aconselham a fazer?"
Internauta Pedro Paulo

"Investi em ações para longo prazo, mas depois de um ano a soma do que tenho é menor do que investi. Devo mudar ou conservar?"
Internauta Claudinei Turatti

Resposta: Para o professor Ricardo Humberto Rocha, quem está dentro da Bolsa deve continuar e quem está fora deve aguardar uma sinalização melhor para entrar. O motivo é que a forte instabilidade não permite que as pessoas acertem qual é o momento em que vão perder mais ou ganhar. William Eid, da FGV, ensina que as pessoas que querem investir em Bolsa devem compreender que não estão apostando em uma loteria, mas se tornando sócios de empresas. "Por isso, o investimento deve ser de longo prazo", diz.

Quem olha os fundamentos das empresas e escolhe companhias bem administradas, que pagam bons dividendos, não costuma se arrepender no longo prazo. "Quem investiu em 2000, quando a Bolsa estava em 8 mil pontos, já obteve um ganho de 900%", diz Eid.

A volatilidade deve continuar por tempo indeterminado. Os analistas acreditam que em dois anos a Bolsa deve recuperar as perdas, mas é impossível avaliar com precisão. Por isso, quem opta pela renda variável deve separar uma parte do seu capital que não fará falta de jeito nenhum. "Ainda não conheci ninguém que acerta todas as vezes de entrar e sair da Bolsa", diz Eid.


2) "Vou viajar para os Estados Unidos na segunda quinzena de novembro. Devo comprar os dólares que vou levar na viagem agora ou espero mais um pouco para ver se a cotação cai?"
Internautas Camila

"Olá, vou viajar para os Estados Unidos no começo de janeiro e gostaria de saber se devo comprar dólares já ou se devo esperar."
Internauta Simone T.

Resposta: Conselho unânime dos professores William Eid, da FGV-SP, Ricardo Humberto Rocha, do Ibmec, e do consultor de investimentos Fábio Colombo: se a despesa em dólar é certa; não espere, compre. "Se eu tenho R$ 6 mil reais e sei que com esse dinheiro consigo pagar a viagem e as despesas hoje, compro os dólares e fico tranqüilo", diz William Eid. Ele lembra que as instituições financeiras gastam milhares de reais pagando para consultores avaliarem como será o comportamento do câmbio e poucas vezes acertam. "Não adianta ficar tentando especular com a moeda", resume.


3) "Sophia, fiz um investimento em fundos de ações em janeiro, mas nesse momento estou perdendo em função dessa instabilidade nas Bolsas de Valores do mundo inteiro. Mesmo assim, seria esse o momento de investir mais dinheiro? Minha intenção é um investimento a médio prazo."
Internauta Thiago Andrade

"Olá! Gostaria de saber se agora é um bom momento para comprar ações na Bolsa, pois os preços das ações estão mais baixos devido à crise internacional. O que vocês me aconselham?"
Internauta Camila Perón

Resposta: A percepção dos estudiosos do mercado é que a volatilidade deve continuar por um longo período. Por isso, o conselho do professor Ricardo Humberto Rocha, do Ibmec-SP é que quem está dentro da Bolsa deveria manter os investimentos e quem está fora deve aguardar uma sinalização melhor para entrar.

William Eid, da FGV, ensina que as pessoas que querem investir em Bolsa devem compreender que não estão apostando em uma loteria, mas se tornando sócios de empresas. "Por isso, o investimento deve ser de longo prazo", diz. Para quem tem essa visão, a Bolsa em queda costuma ser uma boa oportunidade de compra. "Os preços ficam mais convidativos", diz.

William Eid aconselha ainda a quem tem interesse em investir em ações de forma raciocinada, que não compre os papéis, mas invista regularmente em fundos. "O truque é ser disciplinado e aplicar sempre", diz. Antes, o investidor deve selecionar os melhores fundos. "Entre o rendimento de um Ibovespa e de um bom fundo as diferenças podem ser de até 500%", diz Eid. E não basta olhar o desempenho de um fundo em apenas um ano, mas ao longo de cinco, seis anos. "Aqueles que sempre estiveram entre os melhores colocados são os que oferecem consistência na gestão."


4) "Olá, Sophia. Tenho R$ 3.000,00 para investir. Compro dólar ou invisto na poupança?"
Internauta Carlos José

Resposta: Dólar não é investimento. A frase taxativa resume o pensamento dos entrevistados, que desaconselham a compra da moeda como forma de aplicar o dinheiro. Para eles, só deve comprar dólar quem sabe que terá uma despesa nesta moeda, como viagens de férias ou estudos ou compras de produtos importados.

Neste caso, também não adianta ficar adiando a compra dos dólares na tentativa de adivinhar quando a moeda vai cair, pois em situações de forte volatilidade como as que vivemos agora não permitem esse tipo de previsão. Já a poupança é um investimento bastante conservador, e passa longe das surpresas.

Tem a vantagem de não cobrar taxa de administração e ser isenta de impostos. Para aplicações de pequeno porte, muitas vezes supera o rendimento dos fundos, já que, nestes casos, a taxa de administração costuma diminuir consideravelmente o investimento. O investimento em CDB é outra opção.


5) Tenho R$ 50 mil reais e preciso investir. O que é que eu faço, Sophia?
Internauta Edson

Resposta: Antes de decidir em que investir, é preciso saber mais sobre si mesmo. Qual é o objetivo do seu investimento? Irá precisar do dinheiro no curto prazo? Qual é a sua idade? Há pessoas que dependem de você ou você pode tomar mais risco com o dinheiro? E por último: você aceita tomar algum risco ou cai em depressão cada vez que ouve falar de queda na Bolsa?

Parece demais, mas estas perguntas precisam ser respondidas antes que o investidor resolva colocar seu dinheiro em alguma aplicação. Intuitivamente, fica claro que uma
pessoa jovem e sem filhos, pode tomar muito mais risco do que alguém de meia idade, com filhos pequenos.

De uma forma geral, os especialistas aconselham a que as pessoas invistam boa parte de seu capital em investimentos de baixo risco, como fundos DI ou CDBs de grandes instituições, e deixem a renda variável para 10% a 20% do capital. O tamanho da fatia deve ser proporcional ao valor que a pessoa pode deixar intocado por no mínimo cinco anos, e deve ser um dinheiro que não irá fazer falta se for integralmente perdido.

6) Estou pensando em investir em imóveis. É um bom momento?
Internauta Sidney

Resposta: Para o administrador de investimentos Fábio Colombo, o investimento em imóveis pode ser interessante como alternativa de diversificação. "É interessante para quem tem um portfólio grande, um volume razoável de dinheiro, R$ 200 mil, no mínimo", diz ele.

O motivo é que os imóveis não têm muita liquidez (facilidade de se transformar em dinheiro vivo), além de implicar grandes custos de administração, como condomínio e impostos, além dos altos valores envolvidos com documentação. "Normalmente, a pessoa consegue receber de 0,75% a 1% do valor investido", diz. Ou seja, comprou a casa por R$ 100 mil e consegue alugar por R$ 750. "É uma questão de gosto", diz Colombo.

segunda-feira, setembro 29, 2008

Entenda a crise parte 2

Não tenho atitude para ficar acompanhando os mercados minuto a minuto, mas acho que o dia de hoje vale a pena fazer algo. Há anos não vejo, desde os atentados de 09/2001, os mercados em polvorosa como estão agora. Enfatizo que este seja o melhor momento para compar ações. Quem tem grana "solta" para investir é comprar e esperar a valorização. Agora, quem quiser vender po medo. Não aconselho apesar de ter consultado alguns economistas que me disseram ser o melhor momento para a venda.

Para que todos entendam o que originou a tal crise.

A crise no mercado hipotecário dos Estados Unidos da América (EUA) é uma decorrência da crise imobiliária pela qual passa o país, e deu origem, por sua vez, a uma crise mais ampla, no mercado de crédito de modo geral. O principal segmento afetado, que deu origem ao atual estado de coisas, foi o de hipotecas chamadas de "subprime", que embutem um risco maior de inadimplência.

O mercado imobiliário americano passou por uma fase de expansão acelerada logo depois da crise das empresas "pontocom", em 2001. Os juros do Federal Reserve (Fed, o BC americano) vieram caindo para que a economia se recuperasse, e o setor imobiliário se aproveitou desse momento de juros baixos. A demanda por imóveis cresceu, devido às taxas baixas de juros nos financiamentos imobiliários e nas hipotecas. Em 2003, por exemplo, os juros do Fed chegaram a cair para 1% ao ano.

Em 2005, o "boom" no mercado imobiliário já estava avançado; comprar uma casa (ou mais de uma) tornou-se um bom negócio, na expectativa de que a valorização dos imóveis fizesse da nova compra um investimento. Também cresceu a procura por novas hipotecas, a fim de usar o dinheiro do financiamento para quitar dívidas e, também, gastar (mais).

As empresas financeiras especializadas no mercado imobiliário, para aproveitar o bom momento do mercado, passaram a atender o segmento "subprime". O cliente "subprime" é um cliente de renda muito baixa, por vezes com histórico de inadimplência e com dificuldade de comprovar renda. Esse empréstimo tem, assim, uma qualidade mais baixa --ou seja, cujo risco de não ser pago é maior, mas oferece uma taxa de retorno mais alta, a fim de compensar esse risco.

Em busca de rendimentos maiores, gestores de fundos e bancos compram esses títulos "subprime" das instituições que fizeram o primeiro empréstimo e permitem que uma nova quantia em dinheiro seja emprestada, antes mesmo do primeiro empréstimo ser pago. Também interessado em lucrar, um segundo gestor pode comprar o título adquirido pelo primeiro, e assim por diante, gerando uma cadeia de venda de títulos.

Porém, se a ponta (o tomador) não consegue pagar sua dívida inicial, ele dá início a um ciclo de não-recebimento por parte dos compradores dos títulos. O resultado: todo o mercado passa a ter medo de emprestar e comprar os "subprime", o que termina por gerar uma crise de liquidez (retração de crédito).

Após atingir um pico em 2006, os preços dos imóveis, no entanto, passaram a cair: os juros do Fed, que vinham subindo desde 2004, encareceram o crédito e afastaram compradores; com isso, a oferta começa a superar a demanda e desde então o que se viu foi uma espiral descendente no valor dos imóveis.

Com os juros altos, o que se temia veio a acontecer: a inadimplência aumentou e o temor de novos calotes fez o crédito sofrer uma desaceleração expressiva no país como um todo, desaquecendo a maior economia do planeta --com menos liquidez (dinheiro disponível), menos se compra, menos as empresas lucram e menos pessoas são contratadas.

No mundo da globalização financeira, créditos gerados nos EUA podem ser convertidos em ativos que vão render juros para investidores na Europa e outras partes do mundo, por isso o pessimismo influencia os mercados globais.

Foi esse o efeito visto em setembro do ano passado, quando o BNP Paribas Investment Partners --divisão do banco francês BNP Paribas-- congelou cerca de 2 bilhões de euros dos fundos Parvest Dynamic ABS, o BNP Paribas ABS Euribor e o BNP Paribas ABS Eonia, citando preocupações sobre o setor de crédito "subprime" (de maior risco) nos EUA. Segundo o banco, os três fundos tiveram suas negociações suspensas por não ser possível avaliá-los com precisão, devido aos problemas no mercado "subprime" americano.

Depois dessa medida, o mercado imobiliário passou a reagir em pânico e algumas das principais empresas de financiamento imobiliário passaram a sofrer os efeitos da retração; a American Home Mortgage (AHM), uma das 10 maiores empresa do setor de crédito imobiliário e hipotecas dos EUA, pediu concordata. Outra das principais empresas do setor, a Countrywide Financial, registrou prejuízos decorrentes da crise e foi comprada pelo Bank of America.

Bancos

Bancos como Citigroup, UBS e Bear Stearns tiveram prejuízos bilionários decorrentes da crise. Na semana que passou, uma nova onda de abalos afetou Wall Street.

O banco de investimentos Lehman Brothers não recebeu ajuda do governo, como a que foi destinada às duas maiores empresas hipotecárias americanas, a Fannie Mae e a Freddie Mac --que no dia 7 deste mês receberam a promessa de uma ajuda de até US$ 200 bilhões do Departamento do Tesouro.

As duas hipótecárias possuem quase a metade dos US$ 12 trilhões em empréstimos para a habitação nos EUA; no segundo trimestre, registraram prejuízos de US$ 2,3 bilhões (Fannie Mae) e de US$ 821 milhões (Freddie Mac).

Já o Lehman vinha procurando uma fonte de crédito para poder honrar seus compromissos, mas não teve sucesso. O banco chegou a procurar outras instituições interessadas em adquirir uma participação e o KDB (Banco de Desenvolvimento da Coréia do Sul, na sigla em inglês) até se interessou em negociar a princípio, mas a negociação terminou sem acordo. Sem alternativa, o banco entregou à Corte de Falências do Distrito Sul de Nova York um pedido de concordata.

O Merrill Lynch foi vendido ao Bank of America para não ter o mesmo destino. A seguradora americana AIG foi outra que quase quebrou, mas foi salva por um empréstimo de US$ 85 bilhões do Fed, em troca do controle da empresa. Acionistas da AIG, no entanto, tentam evitar transferir o controle.

Combate

O governo agiu no início do ano com a aprovação de um pacote de de US$ 168 bilhões de estímulo, que incluiu o envio de cheques de restituição de impostos a milhões de norte-americanos. O temor era de que o país pudesse cair em recessão.

Desde então, a ajuda do governo se tornou mais freqüente. Em março deste ano, o banco Bear Stearnms, também afetado pelas perdas com papéis ligados a hipotecas de risco, teve de ser vendido, e o Fed ajudou a financiar a operação de compra efetuada pelo JP Morgan.

Seis dos principais bancos centrais do mundo também tomaram a iniciativa de se juntar para oferecer liquidez ao sistema financeiro e evitar que os mercados de crédito ficassem paralisados.

O passo mais recente na série de medidas do governo dos EUA foi um pacote de até US$ 700 bilhões para comprar títulos hipotecários de risco, enxugando esses papéis de risco do mercado. A decisão de elaborar o pacote foi decidida na quinta-feira (18). O presidente Bush se manifestou a favor da medida: "É um pacote grande porque se trata de um problema grande", afirmou.

Mercados caem, caem , caem e a Bovespa despenca

Os mercados de ações em todo o mundo estão em polvorosa por conta da não aprovação do plano de ajuda financeira aos bancos e pessoas (resumindo) que quebraram nos Estados Unidos. No Brasil, é o que mais nos interessa, mostra que a tal crise ainda não chegou e deve demorar para chegar, como tudo que vem de lá de fora. Consultei alguns analistas de renome no mercado que disseram haver um temor maior do que o esperado e neste momento é quase impossível prever alguma coisa.

A bolsa deve voltar às operações depois de ter caido 10,16%. Explico. Paralisação dos negócios, ou Circuit Brake, na sigla em inglês, é um artifício de segurança acionado nas bolsas de valores para interromper o pregão. Quando as cotações superam limites estabelecidos de alta ou de baixa, as negociações são interrompidas, para evitar movimentos muito bruscos. Na Bovespa esse artifício de segurança é acionado quando o índice Ibovespa desvaloriza-se em 10%. Neste momento, soa-se uma sirene que cessa as negociações durante meia hora. Esse artifício de segurança volta a funcionar se a queda persistir e alcançar 15% de desvalorização do índice Ibovespa.

Creio que o principal indicador brasileiro já deva ter voltado a funcionar na tarde desta segunda-feira (29), antes deste post. Muitas ações de empresas caíram assutadoramente e, para os que gostam de arriscar, creio ser este o momento e atitude para investimentos. As ações estão muito baratas...

BOVESPA (BRASIL) 45.622,61 -10,16% (14:49)
Colocar em orden alfabética Z-A Nome Ticker Último Var. Var.% Volume Hora
ALL AMER LATUNT ALLL11 13,840 -1,780 -11,40 4.489.292 15:34
AMBEV PN * AMBV4 98,680 -4,320 -4,19 228.539 15:33
ARACRUZ PNB ARCZ6 6,700 -0,300 -4,29 2.785.231 15:33
B2W VAREJO ON BTOW3 41,390 -7,110 -14,66 341.179 15:33
BMF BOVESPA ON BVMF3 7,550 -1,550 -17,03 16.369.491 15:34
BRADESCO PN BBDC4 27,700 -2,500 -8,28 3.605.477 15:33
BRADESPAR PN * BRAP4 23,800 -4,200 -15,00 1.640.047 15:34
BRASIL BBAS3 20,830 -1,920 -8,44 2.185.557 15:33
BRASIL T PAR ON BRTP3 49,930 -1,040 -2,04 58.884 15:33
BRASIL T PAR PN BRTP4 17,990 -0,710 -3,80 185.668 15:31
BRASIL TELEC PN * BRTO4 13,000 -2,190 -14,42 180.176 15:26
BRASKEM PNA* BRKM5 9,780 -0,230 -2,30 359.736 15:33
CCR RODOVIAS ON CCRO3 24,100 -1,190 -4,71 375.742 15:32
CELESC PNB CLSC6 43,570 -1,930 -4,24 41.440 15:30
CEMIG PN CMIG4 35,190 -1,310 -3,59 1.404.181 15:34
CESP PNB CESP6 15,980 -1,650 -9,36 425.717 15:32
COMGAS PNA* CGAS5 39,800 -2,500 -5,91 21.200 15:34
COPEL PNB CPLE6 25,870 -1,430 -5,24 279.925 15:33
COSAN CSAN3 12,940 -1,260 -8,87 454.853 15:34
CPFL ENERGIA ON NM CPFE3 33,360 -2,490 -6,95 325.487 15:33
CYRELA REALT ON NM CYRE3 18,200 -1,800 -9,00 1.741.120 15:34
DURATEX DURA4 21,000 -2,790 -11,73 167.349 15:33
ELETROBRAS ELET3 24,650 -2,850 -10,36 462.123 15:34
ELETROBRAS PNB ELET6 21,700 -1,950 -8,25 407.996 15:34
ELETROPAULO PNB ELPL6 24,200 -2,800 -10,37 503.700 15:33
EMBRAER ON EMBR3 12,600 -0,450 -3,45 1.194.056 15:33
GAFISA ON GFSA3 22,100 -2,100 -8,68 608.397 15:31
GERDAU MET PN * GOAU4 27,850 -4,060 -12,72 942.395 15:33
GERDAU PN * GGBR4 20,050 -3,140 -13,54 4.116.418 15:34
GOL PN GOLL4 11,600 -1,300 -10,08 574.659 15:33
ITAUBANCO ITAU4 28,450 -2,440 -7,90 3.422.797 15:33
ITAUSA PN ITSA4 8,520 -0,830 -8,88 4.838.330 15:34
JBS JBSS3 4,450 -0,650 -12,75 1.878.983 15:34
KLABIN PN KLBN4 3,800 -0,010 -0,26 1.657.996 15:26
LIGHT LIGT3 22,500 -1,320 -5,54 106.333 15:32
LOJAS AMERIC PN * LAME4 7,280 -1,020 -12,29 1.871.387 15:34
LOJAS RENNER ON * LREN3 20,700 -2,580 -11,08 473.480 15:27
NATURA ON NATU3 17,890 -1,000 -5,29 263.950 15:33
NET PN NETC4 15,000 -1,300 -7,98 836.211 15:33
NOSSA CAIXA BNCA3 37,600 -3,800 -9,18 106.166 15:32
OGX PETROLEO OGXP3 329,990 -65,010 -16,46 26.500 15:33
P.ACUCAR-CBD PN * PCAR4 32,760 -2,140 -6,13 162.039 15:33
PERDIGAO S/A ON PRGA3 34,430 -1,860 -5,13 1.446.462 15:33
PETROBRAS ON PETR3 38,010 -5,000 -11,63 5.488.379 15:34
PETROBRAS PN PETR4 31,300 -4,130 -11,66 20.105.640 15:34
REDECARD RDCD3 20,600 -3,050 -12,90 2.156.886 15:31
ROSSI RESID ON RSID3 5,140 -1,460 -22,12 1.723.920 15:31
SABESP SBSP3 26,230 -3,270 -11,09 488.687 15:32
SADIA PN SDIA4 5,370 -0,630 -10,50 12.759.633 15:34
SID NACIONAL CSNA3 36,840 -7,160 -16,27 3.405.998 15:34


fonte : Reuters.

terça-feira, setembro 16, 2008

Os conselhos dos analistas; Sair neste momento é melhor

A usual recomendação nos momentos críticos do mercado de ações leva em conta a sensatez do investidor. Embora muitas vezes a emoção possa tentá-lo a largar tudo, a melhor saída é manter a calma e evitar atitudes precipitadas. Mas, se os nervos não dão trégua, talvez seja hora de você rever estes conceitos. “É melhor vender com prejuízo e garantir o sono”, sugere o sócio da AZ Investimentos, Ricardo Zeno.
Mais: se você não consegue lidar com a volatilidade, é possível que não tenha nascido para a Bolsa.
“Cinco anos seguidos de alta atraíram para a Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) gente sem tempo, paciência ou estômago para ações”, diz Luiz Medina, sócio da M2 Investimentos. “Muitas pessoas que não poderiam ou não deveriam acabaram entrando no mercado de ações. São elas que agora estão desesperadas, sem saber o que fazer.”

Os efeitos da crise do sistema financeiro dos Estados Unidos vêm testando a aptidão dos compradores de ações nos últimos meses – e, com destaque, nos últimos dias. Dos 11 pregões de setembro, sete foram de (muita) queda. Ontem, o pânico se instalou com o anúncio de concordata do Lehman Brothers, quarto maior banco de investimentos dos EUA. Em meio ao clima de hecatombe, a Bovespa recuou 7,59%.

“Quem agora está se perguntando ‘por que fui entrar na Bolsa?’ não conhece o jogo e foi induzido, por um erro próprio, a acreditar que tudo se recuperaria”, diz o sócio da Tag Investimentos, Marcelo Pereira. Para evitar o remorso, o investidor precisa tomar uma decisão, e rápido. “O ideal é manter as ações”, diz. “Mas se resolver deixar a Bovespa, o aplicador deve sair de uma vez. Não tem meio termo.”

Medina concorda, e vai além: “Se o investidor está desconfortável, faz sentido vender as ações. Saia da Bovespa, mas para mudar de aplicação, e não para voltar quando o mercado melhorar”, afirma. Quando tal premissa não está clara, cresce o risco de só conseguir comprar papéis na alta para vendê-los, com prejuízo, na baixa. “Por mais estranho que pareça, o momento é de comprar, e não de se desfazer das ações”, diz.

Saída a conta-gotas

Para outros analistas, há alternativas para diminuir o impacto de uma saída brusca. Nada garante que vender ações aos poucos reduzirá os prejuízos – esperar demais pode até agravá-los. Mas uma opção é começar pelos papéis mais líquidos, ou seja, mais facilmente vendidos. É o caso dos chamados “blue chips”, como Petrobras e Vale. “A chance de o investidor derrubar o preço das próprias ações em busca de um comprador é menor”, diz o sócio da Verax Serviços Financeiros, Marcelo Xandó. A sugestão, reforça, é só para os casos extremos. “Manter o sangue-frio ainda é o melhor.”

Outra alternativa é começar a “juntar os cacos” pelas ações que ainda estiverem no azul ou, no mínimo, menos no vermelho. “O investidor pode manter as ações em que o recuo foi mais forte e vender aquelas em que o prejuízo estiver menor”, aconselha Xandó.

segunda-feira, setembro 15, 2008

E a crise internacional chegou na bolsa em definitivo

Seria dificil eu não dar uma opinião sobre o que está acontecendo no mercado ficnaneiro. Mas vamos ao cerne da questão. Algumas pessoas dão o tom dos fatos por aqui.
A crise financeira nos Estados Unidos, agravada pelo pedido de concordata do banco de investimentos Lehman Brothers, o quarto maior banco norte-americano, deve impedir que a Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) retome os 52 mil pontos nesta semana. A avaliação é da economista da Tendências Consultoria Alessandra Ribeiro.

Segundo ela, a quebradeira de bancos no exterior, que já atinge 11 instituições menores, deve causar um imediato sentimento de aversão ao risco e culminar na saída de investidores da renda variável. Por isso, o patamar de pontuação que a Bolsa brasileira fechou na última sexta-feira não deve voltar a acontecer nos próximos dias.

"Poderemos ver uma debandada geral de investidores que vão procurar alocar seus recursos em aplicações mais seguras como os títulos do Tesouro dos EUA. A volatilidade no mercado de ações será muito grande nos próximos dias e é difícil imaginar a Bovespa se recuperando", afirma.

A retirada de recursos de países emergentes pelos investidores e a menor quantidade de dólares em circulação no mercado eleva a cotação da moeda e, principalmente no Brasil, deve gerar uma resposta imediata dos gestores de política monetária.

"O dólar mais caro eleva o preço de produtos e bens importados que chegam ao país, refletindo em inflação mais alta. Então, o Banco Central pode decidir elevar os juros, encarecendo o crédito e trazendo o Brasil para um ciclo de expansão menor", afirma.

Neste ambiente, as projeções mais otimistas para a economia brasileira começam a se deteriorar, segundo a economista. A conseqüência mais provável é um crescimento menor do PIB (Produto Interno Bruto) em 2009.

Se a crise financeira nos Estados Unidos contaminar os demais países, inclusive os emergentes, a expansão pode ser de no máximo 3%, contra os 4,5% previstos pelo governo para o período.

Segundo a economista, este seria um último reflexo dos problemas financeiros nos EUA e poderia levar a economia mundial a uma desaceleração muito maior que a prevista, interferindo, inclusive, na China e Índia, que podem sofrer com a restrição de crédito no mundo e reduzir os investimentos e importações.

Essa perspectiva pode se concretizar, segundo Alessandra Ribeiro, se o banco central dos EUA, o Fed, mantiver o que ele disse nesta segunda-feira, de que não vai mais salvar nenhum banco que não tenha chance de provocar o risco sistêmico, que é falência generalizada das instituições.

Nesta hipótese, a confiança do empresário e da sociedade norte-americana na economia diminuiria bastante, brecando os investimentos produtivos e o consumo. Com a demanda menor por produtos importados, países emergentes como o Brasil e a China perderiam um importante mercado consumidor, que é os Estados Unidos.

"É uma cadeia onde uma coisa puxa a outra. A aversão ao risco vai causar uma debandada geral dos investidores, que impacta em queda nas Bolsas e dólar mais caro. Os juros devem subir, causando desaceleração na economia mundial, o que vai prejudicar os exportadores e impactar negativamente no crescimento PIB dos países", diz.

terça-feira, setembro 09, 2008

Aumenta taxa média de juros paga nos CDBs

Cada vez mais os investidores têm optado por fazer uma gestão ativa de suas aplicações, inclusive naquelas alocadas em renda fixa. Em agosto, os fundos que investem em títulos públicos e privados tiveram mais saques do que aplicações e fecharam com saldo negativo de R$ 5,7 bilhões. Segundo especialistas, a maior parte dos recursos que saiu desse tipo de fundo foi direcionada para os Certificados de Depósito Bancários (CDBs) – títulos de renda fixa emitidos pelos bancos.

Desde maio, a procura por CDBs aumentou porque as instituições financeiras passaram a oferecer taxas mais atrativas. Esse movimento continua e o volume de CDBs que ficam guardados na Cetip cresceu R$ 44 bilhões apenas no mês passado. “O motivo para esse movimento em massa para os CDBs e para a alocação de novas aplicações nesses títulos é o aumento da remuneração”, aponta o superintendente de investimentos do Banco ABN Amro Real, Eduardo Jurcevic.

Em maio, a taxa média paga pelo mercado era de 11%, segundo a Cetip. Atualmente, já está em 12,35% ao ano. Isso equivale dizer que os bancos pagaram em média 95% do Certificado de Depósito Interbancário (CDI). Até agosto, os fundos de renda fixa renderam, em média, 8,17% e, se a rentabilidade continuar no ritmo de pouco mais de 1% ao mês, a aplicação deve oferecer no final de 2008 o retorno de 12,25% (94,2% do CDI atual), já líquida de taxa de administração. Ou seja, ligeiramente abaixo da média do CDB.

Caso a Caso

A diferença de ganho entre o fundo de renda fixa e o CDB pode parecer pequena, mas ela aumenta, e muito, de acordo com o volume. A vantagem acontece principalmente para os investidores mais abonados, já que quanto maior for a aplicação no CDB, melhor será a taxa de juros oferecida.

“Para definir qual será a remuneração, levamos em consideração o total dos investimentos que o cliente possui no banco”, afirma Jurcevic. O patrimônio total do cliente no banco pesa na hora de ter uma taxa melhor, mas também vale negociar com o gerente.

Alguns bancos também levam em consideração o tempo da aplicação. Quanto maior o prazo, maior poderá ser o rendimento. Ao deixar o dinheiro aplicado por mais tempo, o investidor também ganha no Imposto de Renda. Aplicações com prazo superior a dois anos têm IR mínimo de 15%. “Incentivamos a compra de CDBs de cinco anos, pois a pessoa não vai precisar ficar renovando o investimento e, além disso, vai pagar o menor Imposto de Renda”, diz Jurcevic.

Observe também que existem vários tipos de CDBs. Na dúvida, opte pelo flutuante, que permite alternar períodos com taxa pré e pós.

Desempenho da Bovespa nos próximos 12 meses

Eis um analista de mercado falando sobre o desempenho do mercado da Bovespa para os próximos 12 meses.

Eu gostei.


http://int.aeinvestimentos.limao.com.br/aeinvest/videos!getPlayerVideo.action?destaque.idGuidSelect=A4081E99A1CD491E97E865901FEF5FEA

sábado, agosto 09, 2008

Negros sobem de classe com crescimento da economia

Não sou racista. Alguns que "correm" comigo sabem disso mas sempre quando posso e vejo que há algo que valorize os afrobrasileiros, já disse que não sou negro, fico emocionado. A matéria que acabo que postar abaixo reflete o descaso da mídia privada para com as informações. Uma importante fundação divulga tudo e ninguém falou nada. Insisto em fazer isso.

Crescimento econômico beneficia principalmente negros, diz FGV

09/08 - 11:49 - Agência Brasil


Brasília - O aquecimento da economia, que tirou milhões de brasileiros da pobreza, tem beneficiado especialmente os negros. Segundo pesquisa divulgada nesta semana pela Fundação Getulio Vargas (FGV), que revelou que mais da metade dos brasileiros pertence à classe média, a ascensão social dos negros está ocorrendo de forma mais rápida do que a do restante da população.

De acordo com o estudo, o percentual da população nas seis principais regiões metropolitanas do país que integra a classe média passou de 43,64%, em 2002, para 51,57%, em abril deste ano. No mesmo período, a proporção de negros que fazem parte dessa faixa social subiu de 39,24% para 50,87% – alta de 11 pontos percentuais.

Apesar de ainda estar abaixo da média para o conjunto da população, a proporção de negros na classe média está cada vez mais próxima da média geral. No entanto, a velocidade da melhoria do padrão de vida para as pessoas de raça negra surpreende até os organizadores da pesquisa.

“Na classe C, houve esse processo de maior inclusão das pessoas negras”, destaca o chefe do Centro de Políticas Sociais da FGV, Marcelo Néri. Ele ressalta que, mesmo com o desenvolvimento do país nas últimas décadas, a pesquisa mostrou uma nova tendência. “Esse é um dado interessante, porque a gente tem visto muito pouca mobilidade por raça no Brasil, mas, nos últimos anos, os números pelo menos mostram um deslocamento.”

Para a FGV, a principal explicação para essa melhora é que o crescimento econômico está beneficiando principalmente as classes menos favorecidas, compostas principalmente por negros. Em 2002, 38,55% da população negra estava na classe E, a maior fatia entre as raças pesquisadas. Em abril deste ano, a proporção caiu para 23,58% e se aproximou de outras camadas de menor renda, como pardos (22,98%) e índios (22,54%).

Na visão de Néri, o aumento na renda do trabalhador explica a melhora nas condições de vida. Ele, no entanto, alega que, esse processo está se consolidando por causa do avanço na educação: “O fator fundamental que vai determinar a renda é a educação acumulada ao longo dos anos. Ela serve de base para uma inserção trabalhista que, por sua vez, é a base para a inclusão social e econômica.”

Os números são avaliados com desconfiança por entidades vinculadas ao movimento negro. Coordenador pedagógico da organização Educação para a Cidadania de Afro-Descendentes e Carentes (Educafro), rede de cursos pré-vestibulares comunitários, Adriano Rodrigues diz que ainda é cedo para dizer se a ascensão dos negros é definitiva.

“Se não houver uma política específica e de longo prazo para a educação dos negros, as pessoas dessa raça voltarão à pobreza assim que a economia parar de crescer”, critica. “Atualmente, a melhoria nas condições de vida está atrelada apenas à conjuntura do país. Rodrigues reclama ainda da base de comparação, que considera pequena. Se o número de estudantes negros de numa faculdade passar de um para três, a proporção é triplicada, mas o total continua pequeno”, argumenta.

Mesmo com o aumento da velocidade na ascensão social dos negros, a FGV constatou que ainda há muito por fazer para superar as desigualdades sociais no país.

Conforme o estudo, a raça corresponde a apenas 9,52% das pessoas de classe média nas seis regiões metropolitanas pesquisadas (Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre).

Em 2002, essa parcela era de 6,88%. A FGV considera de classe média as famílias com renda entre R$ 1.064 e R$ 4.591 por mês. A classe E, de acordo com o estudo, abrange as famílias que ganham menos de R$ 768 mensais.