segunda-feira, abril 06, 2009

E a Bovespa entrou no esquema NYSE

Investidores que possuem ações ganharão, a partir de 4 de maio, novo estímulo para alugar seus papéis: a BM&FBovespa dará bônus de 0,05% ao ano sobre o sobre o valor “emprestado” em ações para outros investidores. A iniciativa, prevista inicialmente para entrar em vigor hoje, faz parte da nova política de tarifação da Bolsa, que pretende ampliar tanto os negócios como a participação das pessoas físicas, especialmente os pequenos investidores. Além do bônus nos aluguéis, as taxas de negociação e liquidação, que incidem sobre a compra e venda de ações, serão reduzidas a partir de maio de 0,035% para 0,0335% para as pessoas físicas.

Para o investidor de longo prazo e pouco ativo no mercado, alugar ações significa a possibilidade de ganho além do que obteria apenas com a eventual valorização dos papéis – ou até mesmo a chance de reduzir um eventual prejuízo. Com a volatilidade acentuada pela crise financeira internacional, o aluguel chegou a ser sugerido pelos especialistas como forma de minimizar as perdas decorrentes das fortes quedas no ano passado. Com o bônus que passará a ser oferecido pela Bolsa, a alternativa deve ganhar força. Hoje, do valor total disponibilizado para aluguel, 29% pertencem a pessoas físicas. Em março, as operações de aluguel movimentaram R$ 16,4 bilhões, frente aos R$ 88,9 bilhões transacionados nos mercados de ações e opções da BM&FBovespa.

Quem “empresta” a ação é remunerado por uma taxa de juros acertada entre as partes. “É uma operação de renda fixa envolvendo um ativo de renda variável”, explica o professor de derivativos do Ibmec-SP Alexandre Chaia. “O repasse da Bolsa deve incentivar as pessoas a pelo menos procurar remunerar melhor a carteira.” O bônus de 0,05% vai incidir sobre o valor total das ações alugadas, calculado a partir da cotação média no dia anterior ao do contrato de aluguel. E será creditado, ao final da operação (quando o tomador devolver as ações ao locador), na conta do investidor na corretora.