sexta-feira, maio 09, 2008

Como escolher o fundo certo para investir

por Sophia Camargo
Como escolher o fundo certo é uma das principais dúvidas dos investidores. Quando se deve investir em fundos DI? E em fundos multimercado? Os fundos de ações devem ser evitados em épocas de crises? E os fundos cambiais são uma boa opção de investimento?

A resposta a estas perguntas exige um pouco de conhecimento sobre como funciona cada fundo. A seguir, você encontra um resumo do que é cada fundo, na definição da CVM (Comissão de Valores Mobiliários) e os aspectos positivos e negativos a avaliar antes de investir.

Algumas dicas foram dadas pelo professor de Finanças William Eid, da Fundação Getúlio Vargas de São Paulo.

Fundos Referenciados DI
Os fundos referenciados são chamados assim porque têm por objetivo acompanhar um indicador de desempenho (benchmark). No caso dos fundos DI, a meta é a variação diária das taxas de juros.

Por isso, sua carteira é composta, no mínimo, de 95% de títulos ou operações que buscam acompanhar as variações da taxa Selic (taxa de juros básica da economia, ditada pelo Copom - Conselho de Política Monetária) ou do CDI.

O CDI é um certificado de depósito interbancário, cuja taxa representa o custo do banco para captar dinheiro, ou seja, fazer um empréstimo em outro banco.

Aspectos positivos: por ser composto de títulos pós-fixados, este fundo se beneficia de um cenário de taxas de juros mais altas, mas oferece proteção a todas as carteiras. Na opinião de especialistas, deve compor a base de qualquer investimento.

Aspectos negativos: altas taxas de administração corroem a rentabilidade do fundo. Taxas acima de 1,5% ao ano equiparam a rentabilidade do fundo à poupança.

Fundos de Renda Fixa
Estes fundos devem aplicar no mínimo 80% de seu patrimônio em títulos de renda fixa prefixados (que rendem uma taxa de juro previamente acordada) ou pós-fixados (que acompanham a variação da taxa de juros ou um índice de preço).

Aspectos positivos: este fundo beneficia-se de um cenário de redução das taxas de juros, por ter em sua composição papéis prefixados.

Aspecto negativo: cenário de taxas de juros muito baixas tornam o investimento pouco atraente.

Fundos de ações
São fundos que investem no mínimo 67% de seu patrimônio em ações negociadas em Bolsa. Dessa forma, estão sujeitos às oscilações de preços das ações que compõem sua carteira. Alguns destes fundos têm como objetivo acompanhar a variação de um índice do mercado acionário como o Ibovespa ou o IBX.

Aspectos positivos: em cenários de queda de juros e crescimento econômico, tende a propiciar grande retorno de investimentos. Deve ser encarado como investimento de longo prazo.

Aspectos negativos: alto risco. Os recursos investidos devem ser de longo prazo. Jamais investir valores de que irá necessitar em curto período de tempo ou com os quais não se pode arriscar. Em épocas de crise, os fundos de ações costumam sofrer fortes oscilações, mas isso não significa que não se pode encontrar boas ofertas. Por isso, é importante estar preparado para este mercado.

Dica: Segundo o professor William Eid, para quem não tem nenhum conhecimento, o melhor é investir em ações por meio de fundos. A formação da carteira própria exige maior conhecimento de mercado.

Fundos Multimercado
São fundos que envolvem vários fatores de risco, pois combinam investimentos nos mercados de renda fixa, câmbio, ações, entre outros.

Além disso, utilizam-se ativamente de instrumentos de derivativos para alavancagem de suas posições ou para proteção de suas carteiras (hedge).

Por apresentarem grande flexibilidade, dependem muito do talento do gestor na escolha do melhor momento de alocar os recursos, na seleção dos ativos da carteira e no percentual do patrimônio que será investido em cada um dos mercados.

Aspectos positivos: podem garantir um retorno maior em cenário onde se avista queda nas taxas de juros. O conselho do professor William Eid é que o investidor tome os mesmos cuidados com relação ao fundo de ações: não invista um dinheiro de que vá necessitar em breve. Observe também a consistência do gestor. "Veja se ele figura entre os melhores gestores em diversos rankings, e não apenas por um desempenho aleatório", ensina Eid.

Aspectos negativos: risco moderado, podendo resultar em rentabilidade negativa. Não investir valores que têm data marcada para retirar.

Fundos Cambiais
Estes fundos devem manter, no mínimo, 80% de seu patrimônio investido em ativos que sejam relacionados à variação de preços de uma moeda estrangeira ou à uma taxa de juros (o chamado de cupom cambial).

Os fundos cambiais dólar são os mais conhecidos, mas os fundos cambiais euro começam a ter procura.

Aspectos positivos: servem como proteção para as pessoas que terão gastos na moeda estrangeira, por exemplo, para viajar ou pagar contas.

Aspectos negativos: para o professor William Eid, este tipo de fundo não deve ser utilizado como investimento, mas apenas como proteção nos casos citados acima.

Comprar dólares não coisa do demónio

Algumas pessoas me perguntaram porque não falo no blog nada sobre compra ou venda de dólares ou se existe empatia minha para a compra da moeda norte-americana.
Minha resposta, obviamente, é não. Dei enfase para o mercado de capitais ou para acabar com o fim das restrições pessoais para que todos entendam de mercados.

Mas enfim, vou explicar um pouco do que aprendi sobre compra e venda de dólares. Quem imagina que comprar neste momento que está em baixa (a média de negócios a R$ 1,67 no comercial e R$ 1,90 para cada dólar vendido) está enganado.

É sempre bom fazer uma diversificação dos investimentos e creio comprar dólar é sobretudo se ganhar uma grana a mais e resolver gastar em viagens no exterior. Eu pretendo fazer isso com minha esposa ainda nesta ano e portanto já venho fazendo uma poupança em dólares.

Quem precisa comprar dólares para uma viagem não estará fazendo nada de ilegal, conforme ainda pensam muitos. A burocracia diminuiu consideravelmente e não é preciso apresentar passagem para adquirir a moeda estrangeira.

Mas as casas de câmbio só irão vender os dólares se o objetivo for uma viagem internacional e, nesse caso, será necessário informar ao menos a previsão da data da viagem.

As vendas estão limitadas a R$ 10 mil (cerca de US$ 6 mil, pela cotação de quarta-feira dia 16). Ao deixar o Brasil, a pessoa deverá informar se leva dólares acima do equivalente a R$ 10 mil, caso em que deverá informar a Receita Federal no próprio aeroporto.

É possível adquirir a moeda em espécie ou em traveller check. Os travellers levam vantagem sobre o papel moeda pelo fato de terem seguro e prazo indeterminado. Se você for roubado, tem a quem recorrer.

A venda é feita pelo câmbio turismo. Na segunda-feira (14), o câmbio turismo para venda estava a R$ 1,76 para travellers checks e R$ 1,78 para a moeda em espécie.

A casa de câmbio pode recomprar os dólares, mas pagará menos por eles. O câmbio turismo para compra estava em R$ 1,62.

Segundo o diretor da NGO Corretora de Câmbio, Sidnei Moura Nehme, ao entrar nos Estados Unidos o turista deverá declarar se leva valores acima de dez mil dólares. Se disser que não e for constatado que leva, poderá ser preso imediatamente.

Investimento em ações além dos papéis "comuns"

A corretora de valores SLW divulgou sua carteira recomendada off-index para o mês de maio com seis ações, identificando oportunidades entre papéis que não integram o Ibovespa.

Em relação ao mês anterior, permaneceram Banco Sofisa e Hering na carteira recomendada, saindo Localiza, Indústrias Romi e Tractebel. Em substituição, entraram MRV, Weg, BR Malls e Confab.

No portfólio, destacam-se as ações da Weg, por possuírem o maior potencial de valorização da carteira (60%), seguida pela Confab, com upside de 13%, de acordo com as estimativas da SLW.

Confira as escolhidas:

Empresa Código Preço-alvo Upside* Peso carteira
Weg WEGE3 R$ 32,00 60% 15%
Banco Sofisa SFSA4 ER - 15%
Hering HGTX3 ER - 15%
MRV MRVE3 ER - 20%
BR Malls BRML3 ER - 20%
Confab CNFB4 R$ 7,80 32% 15%

quinta-feira, maio 08, 2008

Riscos a serem considerados antes de investir

Homens ainda são a maioria dos investidores na Bovespa, no entanto, as mulheres vêm, ano a ano, demonstrando mais interesse no mercado de ações. Dados da Bolsa de Valores de São Paulo apontam que o número de investidores de varejo passou de 76.607 em 2002 para 456.557 ao final de 2007. No mesmo período, o número de homens investidores cresceu mais de seis vezes (425,9%) e o de mulheres mais de sete vezes e meia (676,34%).

Pesquisa norte-americana mostrou que, mesmo com a diferença no número de homens e mulheres no mercado, antes de investir, ambos têm a mesma preocupação: considerar os riscos da aplicação.

Segundo o estudo, da Universidade de Iowa, quase 80% dos entrevistados - considerando eles e elas - responderam freqüentemente ou sempre para a questão: "Antes de tomar uma decisão de investimento, com qual freqüência você considera os riscos que pode correr?".

Antes de investir, o que considerar?

Além dos riscos, outras variáveis foram apontadas pelos investidores como importantes antes de tomar uma decisão de investimento. Retorno, condições do mercado, opções de investimentos e objetivos apareceram, nesta ordem, na média geral, como pontos importantes a considerar.

Ações antes de tomar decisões de investimentos

Ação Média Homens Mulheres

Considerar risco 4,09 4,08 4,10

Determinar retorno 3,71 3,71 3,71

Checar condições do mercado 3,66 3,72 3,56

Considerar opções de investimentos 3,67 3,67 3,67

Rever objetivos 3,54 3,58 3,46

Foram dadas notas de 1 a 5 para cada ação, sendo que 5 significava "sempre" e 1 "nunca"

Depois de investir

Além de questionar sobre as atitudes antes de investir, o levantamento, de responsabilidade da economista Tahira Hira, também questiona o comportamento dos investidores diante de uma situação de fracasso, ou seja, quando o investimento não produz o retorno esperado.

Segundo o estudo, 50% dos investidores disseram que, numa situação dessas, preferem esperar até que a aplicação dê o retorno estimado. Quando separados por gênero, as mulheres (54,6%) se mostraram mais dispostas a aguardar do que os homens (47,5%).

Outras alternativas consideradas pelos investidores numa situação de perda foram:

* Buscar um consultor financeiro: Homens: 28,1% Mulheres: 36,1%

* Rever os investimentos, na tentativa de melhorar a performance: Homens: 24% Mulheres: 20%

Investimento pede decisão personalizada

Antes de colocar toda a economia em uma aplicação, é comum surgir a pergunta: mas qual é o melhor investimento? A resposta, no entanto, não é tão simples assim, já que varia de pessoa para pessoa.

Especialistas afirmam que investir exige decisão personalizada e cada investidor deve avaliar seus objetivos antes de escolher onde colocar o dinheiro.

Para identificar seu perfil, alguns pontos devem ser analisados:

* Valor: quanto você pode investir? Planeje metas confortáveis e de acordo com seu orçamento. Não adianta investir todo o seu 13º salário hoje, se amanhã terá de resgatá-lo. É melhor investir uma pequena parte do valor, e deixá-lo aplicado por bastante tempo, do que colocar uma grande quantia e precisar dela depois. Definido o valor, verifique as aplicações que permitem o aporte de acordo com o seu planejamento.

* Prazo: por quanto tempo você quer e pode manter o dinheiro investido? Quando "expira" sua meta? A melhor aplicação para você vai depender do tempo que tiver para investir. Avalie o tempo mínimo de investimento de cada aplicação e escolha aquela que condiz com seus objetivos.

* Risco: que tipo de risco está disposto a correr? O seu perfil de risco vai indicar o melhor investimento para você. Além disso, o tempo que tiver para investir também pode ajudá-lo a decidir. Por exemplo: quanto mais jovem for, mais risco poderá correr, pois, em caso de eventuais perdas, terá tempo suficiente para recuperar o patrimônio. Agora, se tiver um tempo mais "apertado", é melhor buscar aplicações mais conservadoras, que lhe garantam um ganho menor, porém mais seguro.

* Retorno: qual retorno quer alcançar? Essa questão está diretamente ligada à anterior. Quanto maior o risco que quiser, e puder, correr, maior será o retorno do seu investimento.