quarta-feira, novembro 14, 2007

Investir em ações da BM&F

Na esteira da euforia das Oferta Pública de Ações (OPA), ou IPO na sigla em inglês, muitos me perguntam sobre a estréia dos papéis da BM&F na Bovespa.

A recomendação para os investidores que pretendem participar da megaoferta é a análise detalhada dos riscos envoltos. A BM&F compara o tamanho do mercado acionário brasileiro ao norte-americano - sendo o primeiro substancialmente menor, menos líquido e potencialmente mais volátil - para alertar que os acionistas podem enfrentar dificuldades em vender os papéis no momento e ao preço desejado.

Além disso, o preço por ação é fixado pelos coordenadores da oferta segundo o procedimento de bookbuilding e, além de não haver garantia que tal valor seja indicativo dos preços que prevalecerão no mercado, pode ainda flutuar de maneira significativa.

Concorrência no mercado financeiro

O investidor também deve se manter atento ao movimento de consolidação das bolsas de valores e mercadorias e futuros em âmbito global - resultado do crescimento dos mercados financeiros -, o que intensifica a concorrência neste setor.

O crescimento da BM&F enquanto instituição, e conseqüentemente seu sucesso enquanto empresa de capital aberto, está condicionado aos movimentos do mercado e à capacidade da bolsa brasileira de mercadorias e futuros a adaptar-se a um cenário competitivo, consolidador e de elevado fluxo de capitais.

A própria BM&F salienta em seu prospecto que, caso não seja bem sucedida na concorrência ou no aumento de sua participação nos mercados em que atua, pode não manter e aumentar o volume de operações realizadas, de forma que seu resultado financeiro seja negativamente impactado.

BM&F não tem experiência em lucrar

Ainda no que diz respeito aos resultados financeiros da bolsa, é preciso ter em mente que a BM&F não possui experiência como instituição de fins lucrativos, já que o processo de desmutualização foi concluído em setembro deste ano.

As dificuldades que a BM&F ainda pode enfrentar na transição para operações com fins lucrativos não se resumem à capacidade de gerar receita. A desmutualização envolve riscos, despesas e dificuldades.

Com a perda do caráter de sociedade sem fins lucrativos, a BM&F perde incentivos fiscais, passando a ser tributada. Além disso, a bolsa atualmente é parte em quatro ações movidas por antigos associados que tentam impedir a desmutualização.

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